A propósito do filme
The Life of David Gale
e não só...
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Deixem-me brincar um pouco com o título de um Post colocado neste espaço pelo meu colega Pedro e aproveitá-lo para iniciar uma nova discussão. Ele diz: «o que eu quero ser quando sou eu»; e eu digo: “o que eu não quero ser quando sou filósofo”. Esta pequena brincadeira vem a propósito do excelente filme de Alan Parker, The Life of David Gale. Nesse filme é-nos oferecida uma excelente trama policial e jurídica que, pasme-se pela raridade da situação, envolve um filósofo! O “dito-cujo” (interpretado pelo sempre brilhante Kevin Spacey) é um extraordinário professor de filosofia numa universidade norte-americana, ao que junta uma vida normal pós-moderna de quasi-divorciado, playboy intelectual, etc, etc. Além de ser um “crânio”, o nosso herói tem a propensão para se dedicar a causas “perdidas” ou extemamente difíceis, em especial à luta activa - e activista - contra a pena de morte.
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O abraçar desta causa por parte do nosso filósofo aparece-nos desde logo com um cunho altruísta, i.e., como uma atitude altamente louvável. Não digo nem que sim nem que não, apenas acho que é por aqui que as coisas se complicam e que o argumentista (que se apoiou numa histórica verídica, mas não verdadeira, há diferença) mete, como costuma dizer-se, os “pés pelas mãos”.
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