A Última Fantasia, por Luís Rodrigues
Final Fantasy é em minha opinião uma das melhores produções de sempre dentro do seu género. Apesar de não ter tido grande sucesso comercial, e de vir na sequência de um jogo de PC, o filme é interessante porque consegue aliar ficção científica à mitologia grega. O pacote vem “embrulhado” numa filmografia divinal, em que os personagens gerados por computador, os efeitos visuais e a banda sonora formam um conjunto convincente e cativante. E para dar “credibilidade” à história, junta-se às personagens virtuais as vozes de excelentes actores, todos cuidadosamente escolhidos para representar na perfeição os estereótipos representados.
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Mas tudo isto é talvez secundário face ao cunho da história contada. Esta assenta numa personagem central em quase todos os mitos da criação gregos (e não só), mitos esses que chegaram até aos nossos dias através das obras de Hesíodo, Homero, Ovídio, entre outros. Essa personagem mitológica é Gaia, deusa-mãe, fundadora de toda a vida, muitas vezes identificada com a fertilidade, a criação, a natureza e a terra (quer o composto material quer o planeta). A Gaia retratada no filme é contudo uma versão mais elaborada da que surge na maioria dos mitos gregos: é uma versão impregnada de platonismo...
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