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terça-feira, novembro 29, 2005

Deliciosas Lições de Vida

Algumas coisas neste mundo têm muito pouco de filosófico. Uma delas é o chocolate. Há quem não goste, é certo. Mas também há quem não goste da Angelina Jolie (principalmente as mulheres). O gosto é algo que devemos respeitar no outro se queremos que seja respeitado em nós, disso não há grande dúvida. Mas, por Deus!, quem é que não consegue gostar de chocolate? (E, já agora, da Angelina). Perdoem-me, mas acho que quem não gosta de chocolate é louco ou tem “defeito de fabrico”. É um pouco como não gosta de sexo. Bem, há talvez ocasiões que o chocolate é bem melhor que o sexo (bem, depende), e há até quem consiga usar o melhor de ambos para atingir o Nirvana (não aquele da Vacuidade, esse é uma chatice monótona, perdoem-me os budistas). Enfim, viva o chocolate! Principalmente o negro semi-amargo, o meu preferido.
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Mas nem tudo na vida é chocolate. É pena, mas é provável que hajam coisas mais importantes na nossa existência do que os doces, o estímulo do palato e outros vícios de boca. Esta é, parece-me, uma das principais lições de Charlie and Chocolate Factory, de Tim Burton. O filme apresenta uma história e uma lição para crianças, mas ambas têm também como alvo os adultos, que por vezes se esquecem - ou fazem-se de esquecidos - destes pequenos grandes pormenores da vida. A ideia é a de que por muito bons que sejam o chocolate (para as crianças) ou outros “doces” (para os adultos), há sempre coisas mais importantes na vida, por muito chatas ou incómodas que sejam, e.g., família, trabalho, honra, honestidade, moderação, modéstia etc. O enfoque do filme é colocado nos vícios (não todos, neste caso, mas aparecem a gula, a soberba, a vaidade, etc.) personificados por outros tantos miúdos e alguns graúdos. Percebe-se, no final, que a parábola tem o objectivo de nos mostrar o valor de pequenas coisas a que não damos muita importância no dia-a-dia e que até nos incomodam, mas que, quando confrontados com a possibilidade da sua perda, percebemos que não podemos nem devemos separar-nos delas – nem sequer à troca por todo o chocolate, ou outras riquezas, do mundo. Charlie sabia disso apesar da sua tenra idade. Willie Wonka só descobriu depois de homem feito e de ter levantado um império a partir do nada e do sonho (já agora, alguém que explique isto ao Belmiro de Azevedo sff).
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Outro aspecto de interesse do filme pretende-se com a velha questão do prazer e do dever. Não posso desenvolvê-la aqui, mas vale a pena dar uma vista de olhos na filosofia de Epicuro, um tipo que percebia as vantagens de comer chocolate moderadamente, entre outras coisas.
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Bons doces! Natal é época de Excessos (com letra maiúscula). Sempre achei estranho que na comemoração do nascimento de um Tipo que pregava a simplicidade, a moderação e pobreza, se cometessem tantos excessos, imprudências e actos de egoísmo. Mas quem sou eu para dizer isto? Não sou eu tão ou mais guloso que o meu próximo? Não façam como eu. Leiam o Epicuro…não façam mais tolices.
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Luís Rodrigues

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