O que devemos ser quando somos filósofos...
...e não sócios do clube dos poetas mortos. (ainda sobre The Life of David Gale)
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O meu caro amigo Diogo Santos criticou, neste excelente texto de opinião, a minha perspectiva sobre o que não devemos ser quando somos filósofos. Tudo o que o Diogo diz parece ser extremamente avisado, e, para não faltar à verdade, reflecte uma mente perspicaz. Todavia, julgo que o Diogo fez algumas confusões. Para bem da discussão racional e saudável entre viventes, desejo trazê-las para a luz da crítica.
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É possível que uma das coisas mais interessantes na possibilidade de desenvolver uma discussão racional seja conseguir interpelar de viva voz aqueles com quem discordamos ou com quem queremos dirimir argumentos. Se tivermos suficiente imaginação, podemos até conseguir fazê-lo com o velho Kant: lemos dois ou três “calhamaços” que o tipo escreveu e, imbuídos de boa-vontade e espírito crítico, dispomo-nos a “discutir” com ele as suas teorias e argumentos. Mas o velho Kant só nos poderá responder por via daquilo que escreveu, e que lemos, ou por via das interpretações que alguns especialistas fazem do que disse. Porquê? Porque está morto! E também porque o dia do Juízo-final não deve ser já amanhã…
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Algo de parecido sucede com David Gale:
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