Reposição: Aliens
Alien: o 8º passageiro é um filme interessante do ponto de vista da sua mensagem filosófica. Podemos perceber claramente o “aviso” do argumento sobre a excessiva antropomorfização que fazemos do universo em que vivemos. Ainda hoje a grande maioria das pessoas pensa que se houver extraterrestres eles terão que ter uma morfologia semelhante à nossa (humanóide) e finalidades ou vocações também parecidas. Isto parece ser um erro: nada indica que aquilo que deu origem ao tipo de vida orgânica que aconteceu no nosso planeta se tenha repetido noutros (o contrário também é o caso). Talvez as probabilidades de haver vida no universo sejam de facto enormes, mas as probabilidades dessa vida ser idêntica à nossa são por certo muito menores. Que faríamos então se encontrássemos por aí uns seres do tipo dos Aliens? Saberíamos lidar com isso? Sobreviveríamos? Poderíamos prevalecer e, no processo, preservar também a vida dos nossos adversários. Ou optaríamos pela dissecação laboratorial e pelo posterior extermínio para conter os riscos de desaparecimento da nossa própria espécie? Seríamos altruístas ou egoístas? Poderíamos sequer escolher? Talvez pudéssemos usar algo da nossa experiência com as espécies terrestres para agir correctamente (aprender com as extinções?), ou então talvez isso fosse inútil. Como responder a tudo isto sem as ilações retiradas de um contacto directo com extraterrestres? Não é não fácil antecipar estas coisas, pois não? Até é melhor começarmos já a pensar seriamente nisto. Podemos até filosofar. Por que não poderíamos fazê-lo?