The Final Cut, erradamente traduzido para português por
A Última Memória (deveria ser
A Última Edição), é o título de um filme que aborda o problema da falta de ética de um - por enquanto hipotético - acesso ao conteúdo mental de outrem, ou seja, à mente de terceiros. O argumento do filme é relativamente simples e coloca algumas questões pertinentes; que, todavia, algo inexplicavelmente, ficam por responder. Isto desilude o espectador, deixando-o, como eu, com a sensação de que o filme é bastante parco – curto em muitos aspectos, demasiados. Com efeito, excluindo a ideia inicial e central que preside ao argumento, que é bastante boa, diga-se, pouco “sumo” se retira do filme. Nem o excelente desempenho do fantástico Robin Williams, da sensual Mira Sorvino e do altivo Jim Cazaviel, em minha opinião excelentes actores, consegue suprir o vazio de ideias que se nota a partir do meio até ao fim (ao ponto de ter quase adormecido). Apesar disto, há um problema colocado pelo filme que importa realçar, principalmente por causa do seu teor claramente filosófico. É o problema do acesso directo ao conteúdo das mentes de outrem. Este problema é solucionado no filme de uma forma assaz criativa e interessante, fazendo com que o filme mereça a minha atenção e este artigo. Passo a explicar porquê.
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