Tive recentemente uma discussão com alguém que disputava a utilidade da Filosofia e, como não podia deixar de ser, de algumas das suas áreas preferenciais de intervenção e investigação. Essa pessoa insinuava a inutilidade de algumas questões clássicas que a filosofia elege como preferenciais enquanto disciplina e área privilegiada de desenvolvimento do conhecimento. Prosseguia essa pessoa a sua argumentação dando como exemplo do que afirmava a futilidade de uma conhecida questão da província da Metafísica: A Questão dos Indiscerníveis. A propósito do tópico, pretendo cumprir dois objectivos neste artigo: Primeiro, explicar muito resumidamente, usando para tal o filme
Impostor (2002), baseado numa short story,homónima, de
Philip K. Dick, o que está em jogo quando se estuda esta questão; e, segundo, mostrar por que razão é ela ainda importante nos nossos dias – contribuindo assim para manter a Filosofia uma actividade viva e de boa saúde, contrariamente à opinião de alguns.