A certa altura, um dos entrevistadores fez-lhe uma pergunta inquietante:«Tenho alguma dificuldade em perceber qual é o tema unificador do seu trabalho. Pode explicar-me qual é?»
Levitt ficou bloqueado, não fazia a menor ideia de qual era o tema unificador do seu trabalho ou, mesmo, se alguma vez tinha existido.
Amartya Sen, o futuro Prémio Nobel da Economia, interveio e resumiu claramente o que pensava ser o tema unificador, o objecto fundamental da investigação, de Levitt.
É isso, respondeu vigorosamente Levitt, é esse o meu tema.
Outro dos investigadores defendeu que outro era o tema.
«Tem razão», disse Levitt, é esse o meu tema.
E assim continuou a conversa, parecendo cães agarrados a um osso, até que o filósofo Robert Nozick interrompeu.
«Quantos anos tem você, Steve?», perguntou.
«Vinte e seis.»
Nozick virou-se para os outros colegas: «Ele tem vinte e seis anos. Para que é que precisa de ter um tema unificador? Talvez ele venha a ser uma dessas pessoas com tanto talento que não precisa de ter nenhum. Pegará nas questões, uma a uma, e descobrirá a resposta; e estará muito bem assim».
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In, Levittt, S, & Dubner, S, Freakonomics (o estranho mundo da economia), trad. Carlos Braga, Editorial Presença, 2006, 5ª edição. - O excerto foi originalmente publicado no NY Times Magazine, em 3/8/2003.
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(Um abraço! Luís - muito temporariamente fora de auto-suspensão. Já agora aproveito para me penitenciar do erro ortográfico que cometi no post em que anunciava a suspensão, erro esse que só agora notei: é que "Suspensão" escreve-se "suspensão" e não "suspenção" :-) Deve ter sido da pressa).