Águas profundas

A calma com que Al Pacino nos presenteia está claramente suspensa num mar profundo e revolto de emoções e pensamentos contrários. Para suportar esta situação é necessária a convicção plena nos valores que guiam a nossa acção. Michael parece debater-se com o valor do seu acto, mas, sabendo nós que foi ele a ordená-lo, estamos também seguros que ele não poderia ter feito de outra forma. Há assim, para Michael, valores mais altos do que a vida, incluindo a do próprio irmão. Por exemplo, a honra e a lealdade.
Haverão valores que justificam a perda da vida, sendo que normalmente quem defende esses valores apenas se tem de debater com a morte alheia?
Ou será a vida a meta final de todos os valores, na medida em que ela é a condição necessária para a existência e aplicação de valores morais?
O que muda quando é a nossa própria vida a estar em causa? Teremos nós a mesma lealdade para com os valores morais?
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Pedro